sábado, 14 de abril de 2012
Dos tempos da Analógica até as Digitais
As câmeras fotográficas se moldam a era digital. Para as analógicas restam somente o charme e a nostalgia dos admiradores.
Caroline Braga
A arte de fotografar ganha, a cada ano que passa – ou a cada tecnologia desenvolvida – novos admiradores. Desde os velhos tempos da famosa Polaroide, tirar fotos é mais que congelar momentos e reviver o passado. Fotografar é, antes de tudo, uma arte profissional. É tecnologia. Na era digital, como não poderia ser diferente, as câmeras analógicas cederam espaço para as detalhistas câmeras digitais e aos programas de edição de imagem. Mas apesar de não serem mais facilmente encontradas, as analógicas possuem lugar garantido nas prateleiras de muitos colecionadores.
“O photoshop é uma ferramenta inovadora da fotografia, os dois se completam” diz o fotógrafo Agnaldo de Paula. Trabalha com fotografia desde 2001 e abriu seu próprio estúdio – na cidade de Jacareí, São Paulo - em 2009. Quando perguntado sobre as mudanças ocorridas em seu trabalho com o uso de programas de edição de imagem afirma: “Mudou tudo. São 80% da minha loja”.
Agnaldo diz que as maiores diferenças que notou na sua profissão com o aumento da tecnologia dizem respeito ao custo e à qualidade. “Em questão de custo benefício a digital facilitou mais, mas em questão de qualidade perdeu um pouco mais. Antigamente trabalhar com filme era mais legal, você ficava curioso para saber comosuas fotos iriam ficar”.
O fotógrafo Osvaldo Minoru Ota vê a revolução fotográfica de uma maneira diferente. Dono de um estúdio desde 1974, também na cidade de Jacareí, foca-se no custo-benefício de seu negócio.
“Com o aumento de tecnologia, a arrecadação de dinheiro caiu bastante. As pessoas trazem vinte ou trinta fotos e escolhem para revelar seis ou oito. Foi o tempo em que as pessoas preferiam ter foto no papel. Hoje preferem ter no computador. Tem também como escanear, então preferem isso a vir no fotógrafo, dizem ser mais fácil. Além disso, cobramos menos a revelação do que quando era em filme. Às vezes aparece algum filme para revelar, mas é muito pouco. O que mantém o estúdio funcionando são as fotos três por quatro (aquelas para documentos), porque além da tecnologia são muitos os concorrentes.”
Sobre a posição do fotógrafo nessa modernização, Osvaldo afirma: “Essa evolução é realmente um progresso muito bom em matéria de trabalho, mas não de custo. Por que agora o fotógrafo trabalha menos, mas também ganha bem menos”.
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